Defensores dos animais participaram, na tarde de sábado, em Santiago, da inauguração de um monumento para o cão Juliano, no Parque Zamperetti, uma das áreas verdes da cidade. O animal foi morto em 23 de dezembro de 2018 por um frequentador do local, fato que gerou repercussão na região, principalmente nas redes sociais.
A estátua do cachorro foi doada por Valdir Lunardi, coordenador geral do Parque Zamperetti. Para que o cãozinho fosse homenageado, as ONGs que atuam na defesa dos animais tiveram que acionar a Câmara de Vereadores para aprovar uma lei municipal, por sugestão do prefeito Tiago Gorski Lacerda (Progressistas) permitindo a instalação da imagem de Juliano na área de lazer.
Uma placa que faz parte do monumento tem uma frase do líder pacifista indiano Mahatma Gandhi, que diz que o grau de evolução de um povo se mede pela forma como ele trata seus animais. O objetivo da homenagem, segundo a presidente da Associação de Conservação e Proteção aos Animais de Santiago (ACPA), Fátima Friedriczewski, é eternizar a imagem do cão morto para evitar outros casos. Ela lembra bem do crime e da repercussão.
- Foi bem chocante porque a morte ocorreu perto do Natal. O cachorrinho era do caseiro do parque e estava acostumado a interagir com todos, anda por todo o parque e não era agressivo - conta Fátima.
O cão da raça Fox Paulistinha (Terrier Brasileiro) tinha cerca de oito anos de idade e morava no Parque Zamperetti. Seu dono era o zelador do local, Ernani Gonçalves, na época com 69 anos. Conforme Fátima, a necropsia apontou que Juliano teve a coluna quebrada. O agressor foi acusado de chutar o animal e bater nele com a prancha de um facão.
Ele alegou que agiu para evitar que Juliano mordesse seu cão. O homem aceitou uma transação penal proposta pela Justiça e pagou R$ 1,4 mil para não ser processado.
- Houve manifestações na cidade com a participação de vários grupos de protetores de animais, que reúnem mais de 200 pessoas. Nosso objetivo é conscientizar as pessoas e acolher e socorrer animais em situação de maus-tratos - explica a presidente da ACPA.